11 de junho de 2025
O Presidente da República, João Lourenço, concedeu uma entrevista de mais de uma hora à Televisão Pública de Angola (TPA) na segunda-feira (09), no Palácio Presidencial, onde abordou temas políticos, sociais, económicos e, com particular ênfase, a questão da sucessão na liderança do Partido e do País.
“O Povo é o meu Patrão”
Durante a conversa, João Lourenço reafirmou seu compromisso com a melhoria das condições de vida da população, declarando que “O Povo é o seu Patrão”. O Presidente acusou a oposição de tentar sabotar iniciativas governamentais bem-sucedidas que visam transformar a vida e a imagem das comunidades angolanas.
Defesa do PIIM e Crítica ao Ceticismo
O Chefe de Estado destacou o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) como uma das principais bandeiras da sua governação, expressando o desejo de dar continuidade ao programa caso houvesse mais recursos financeiros disponíveis.
João Lourenço recordou que, quando o Executivo decidiu financiar os projetos do PIIM, enfrentou ceticismo e críticas de que estaria “comprometendo o futuro das nossas crianças”. Segundo o Presidente, essa argumentação era usada para desencorajar uma missão destinada a “resolver o problema do povo”, e afirmou que um “segundo PIIM” seria implementado se houvesse mais recursos.
Apelo ao Diálogo Político
O Presidente denunciou as tentativas da oposição de sabotar iniciativas governamentais e apelou à UNITA para que se abstenha de criar tensões políticas, defendendo que tais questões devem ser resolvidas através do diálogo construtivo.
“Haver mais diálogo para desanuviar o ambiente de tensão, eu acho que é uma forma errada de se estar na política, devemos nos esforçar para não existir tal tensão política”, afirmou. João Lourenço criticou a prática de “provocar a tensão e depois, como remédio, correr ao Palácio, conversar com o Presidente da República e está tudo resolvido, e no dia seguinte, voltar a provocar a tensão política. Isso não é solução.”
Sucessão e Democracia Interna no MPLA
Sobre a questão da sucessão, o Presidente criticou militantes que se consideram “especiais” ou “predestinados” ao cargo de Presidente da República.
“O MPLA tem as suas regras e é maduro, é um partido que tem democracia interna, e por ter democracia interna é adverso àqueles que se apresentam como sendo especiais e super-generais”, declarou João Lourenço.
O Presidente acrescentou que “aqueles que andam a dizer que não há democracia interna no MPLA deviam entender que o apresentar-se como predestinado é que é matar a democracia interna no MPLA.” Segundo ele, quando alguém se apresenta como predestinado, a mensagem passada aos outros potenciais candidatos é que “não vale a pena vocês concorrerem, estão a perder o vosso tempo, porque o destino já me predestinou.”