Camarada Vice-Presidente do Partido
Camarada Secretário Geral do Partido
Camaradas Membros do Comité Central
Caros Camaradas
Realizamos esta reunião do Comité Central do Partido uma semana depois de termos comemorado, em todo o país, o sexagésimo sétimo aniversário do nosso glorioso MPLA.
Foram 67 anos de luta pela causa do povo angolano, durante os quais enfrentámos vários desafios, mas alcançámos também importantes vitórias, com realce para a Independência Nacional, a vitória sobre os agressores estrangeiros e o alcance da paz definitiva.
A paz trouxe consigo o ambiente propício que tornou possível o início do processo de reconstrução das principais infra-estruturas destruídas pela guerra, processo que continua em paralelo com a construção de novas e modernas infra-estruturas importantes para o desenvolvimento económico e social do país.
O país está hoje empenhado em construir, de facto, uma verdadeira economia de mercado, que dá primazia ao sector empresarial privado na produção de bens e serviços para consumo interno e para exportação, criando ao mesmo tempo maior oferta de emprego para os cidadãos angolanos no geral e em particular para os nossos jovens.
Estamos apostados na diversificação da nossa economia, mas, para atrair os investidores que podem desenvolver os diferentes ramos da economia, estamos a realizar um conjunto de reformas políticas e económicas e um conjunto de medidas que têm como objectivo a criação de um bom ambiente de negócios.
Entre essas medidas, realçamos o combate corajoso contra a corrupção e a impunidade, ameaça considerada anos atrás como o segundo maior desafio do país depois da guerra.
Numa altura em que se comemorou a 9 de Dezembro, portanto há escassos dias, o Dia Mundial de Luta contra a Corrupção, é oportuno reafirmar aqui, perante o Partido que nos incumbiu de o fazer, a nossa determinação em levar este combate avante.
Como era de esperar, as conhecidas forças retrógradas da nossa sociedade, ao invés de aplaudir e encorajar as instituições envolvidas nesta luta sem tréguas, preferem dizer que não se está a fazer nada, mesmo com os factos à mostra porque afinal os actos da justiça, a partir de determinada fase dos processos, passam a ser do domínio público.
Este comportamento visa distorcer a realidade dos factos, enquanto ao mesmo tempo essas pessoas, organizações ou partidos políticos fizeram uma clara aliança com aqueles que durante anos utilizaram em grande escala o erário e bens públicos em benefício próprio e que hoje, na tentativa de regresso ao passado dourado, financiam a luta para derrubar o MPLA, partido político verdadeiramente empenhado na luta contra a corrupção.
Caros Camaradas
Acabámos de realizar uma visita histórica e com grande sucesso aos Estados Unidos da América, a julgar pelos resultados alcançados e pelo que pode representar para a economia angolana nos próximos anos.
Na Cimeira Estados Unidos da América- África, o Presidente Joe Biden anunciou perante nós, Chefes de Estado africanos, que os Estados Unidos da América iriam mudar o paradigma das relações de cooperação com o continente africano, incrementando o investimento directo americano e financiando a construção de importantes infra-estruturas no transporte ferroviário que facilite a integração regional, na produção e transporte de energia – sobretudo de fontes limpas amigas do ambiente –, nas telecomunicações, na agricultura e segurança alimentar, no comércio, na defesa e segurança e na exploração pacífica do espaço.
Angola torna-se no primeiro país a começar a sentir os benefícios desta parceria estratégica, com o financiamento ao consórcio que vai explorar o Corredor do Lobito, importante infra-estrutura logística que trará benefícios ao comércio regional e internacional, com o financiamento ao grande projecto de produção de energia fotovoltaica para o sul de Angola, que vai beneficiar as populações das províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango, entre outras.
Acreditamos nas vantagens que ambos os países – Angola e os Estados Unidos da América – terão com o fortalecimento das relações económicas entre ambos, com o aprofundamento da parceria estratégica que estamos a desenhar e realizar em conjunto.
Tudo quanto temos vindo a fazer a nível interno com as reformas políticas e económicas, assim como no âmbito da nossa já dinâmica diplomacia, visa fortalecer as bases do Estado Democrático de Direito, tornar a nossa economia mais diversificada e competitiva de forma a atrair mais investimento privado, produzir mais bens e serviços, reduzir as importações, aumentar as exportações, aumentar a oferta de emprego, indo ao encontro da máxima de Agostinho Neto quando dizia que ‘’O mais importante é resolver os problemas do povo’’.
Caros Camaradas
Dentro de pouco mais de um ano, em 2025, o país vai completar e comemorar, com a dignidade que a data merece, os 50 anos da sua Independência do jugo colonial. Será um acontecimento da mais alta importância política e histórica para a vida de Angola e dos angolanos e que merece, por isso, o envolvimento de toda a sociedade angolana na organização dos festejos alusivos à data.
O Executivo, os partidos políticos, as igrejas, as organizações desportivas, culturais e de uma forma geral toda a sociedade angolana são todos chamados a contribuir para o sucesso das festividades comemorativas.
O Executivo está, entre outras coisas, a seleccionar já um pacote de importantes projectos de infra-estruturas que devem ser concluídas e inauguradas no decorrer das jornadas dos 50 anos, que se estenderão por todo o ano de 2025.
Actividades culturais e desportivas de realce devem ter lugar no mesmo âmbito das comemorações a realizarem-se em Angola e junto das comunidades angolanas no estrangeiro.
Caros Camaradas
A reunião de hoje traz ao debate um tema importante para cujo enriquecimento peço desde já a contribuição de todos.
Continuamos a trabalhar para o bem-estar dos angolanos na satisfação das suas necessidades básicas de alimentação, energia, água potável, habitação, educação, saúde e outras, a que temos prestado uma atenção particular e permanente.
Mas, para melhor entendermos estas e outras aspirações e necessidades, precisamos de estar mais enraizados na sociedade, nas suas organizações, nos bairros, nas aldeias, nas vilas e cidades, nas ONG, nos sindicatos, nas ordens profissionais, nas igrejas, nas organizações juvenis e femininas sem conotação partidária.
O que o povo espera de nós é, sobretudo, a nossa presença e a força da nossa palavra, da nossa mensagem, sem necessidade de oferta de bens materiais.
Agostinho Neto orientava em determinada fase da luta, dizendo: “Todos para o interior”.
Hoje dizemos: “Todos para as bases, todos para as comunidades”, não para trabalhar com os nossos militantes que lá estão porque isso não conta, mas para trabalhar com os angolanos.
A actividade do Partido não se pode reduzir aos comícios que são necessários e importantes e que acabam por ser uma festa, mas sim a de levar os militantes, amigos e simpatizantes a trabalhar todos os dias no bairro, na comunidade, ali onde estiverem, na mobilização para a nossa causa daqueles angolanos que não são nossos militantes.
Desde a sua fundação que os nossos adversários apostaram fortemente na destruição do MPLA, estimulando a divisão interna, através da criação de facções reais ou virtuais.
O MPLA é um Partido maduro e sólido, que se apoia no povo que jurou defender. Por isso é que, sempre que surgem tais tentativas por parte de quem sempre fez leituras erradas ao longo da História, temos sabido superar e sair cada vez mais fortalecidos, como ficou demonstrado recentemente no Parlamento, onde os nossos deputados derrotaram a farsa montada e demonstraram mais uma vez que a unidade e coesão interna do Partido nunca estiveram em causa, são inabaláveis.
Mantenhamos o nosso foco no que é essencial para cumprirmos o nosso programa de governo sufragado nas urnas pela grande maioria dos eleitores, não nos deixemos distrair pelas manobras de diversão a que vimos assistindo ultimamente e que visam desgastar-nos e consumir em vão as nossas energias.
Vamos continuar a trabalhar para mantermos sempre o nosso grande MPLA como o melhor de Angola, o mais inclusivo, aquele que realmente combate o racismo, o tribalismo, defende a unidade da Nação, promove a igualdade do género, acredita e aposta na nossa juventude, trabalha pelo progresso social e o bem-estar dos angolanos.
Votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
Com estas palavras, declaro aberta esta reunião do Comité Central.