O Presidente norte-americano, Joe Biden, felicitou na quinta-feira o seu homólogo angolano, João Lourenço, pela assinatura dos Acordos Artemis, da NASA, que estabelecem uma série de regras para a exploração lunar, anunciou a Casa Branca.
Joe Biden, recebeu na quinta-feira o seu homólogo angolano, João Lourenço, em Washington, onde discutiram áreas de cooperação futura e desafios regionais e globais.
Os líderes comprometeram-se a aumentar a parceria em questões que “definem o futuro partilhado” de ambos os países, incluindo o “fortalecimento da democracia, a produção e exportação de energia e a cooperação espacial”, de acordo com um comunicado divulgado pelo Governo norte-americano logo após o encontro.
Em dezembro do ano passado, Nigéria e Ruanda tornaram-se os primeiros países africanos a aderir aos Acordos Artemis, um quadro multilateral estabelecido por iniciativa dos Estados Unidos – e com a participação de muitos outros Estados – para evitar conflitos na conquista e exploração espacial, e ao qual Angola agora também se junta.
Segundo o comunicado, além da adesão aos Acordos Artemis, que promove uma visão comum da exploração espacial “para o benefício de toda a humanidade”, Angola aderiu também à “Parceria para a Cooperação Atlântica”.
Os dois chefes de Estado saudaram ainda o lançamento de um Diálogo de Segurança Energética EUA-Angola em 2024, centrado no fornecimento seguro e estável de energia e em laços comerciais mais profundos, ao mesmo tempo que abordaram objetivos climáticos partilhados.
Na reunião, que durou menos de uma hora, Joe Biden e João Lourenço discutiram igualmente o investimento económico dos EUA em Angola, nomeadamente através da emblemática Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGI) no Corredor do Lobito, que ligará Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia aos mercados globais.
“Este projeto inédito é o maior investimento ferroviário de sempre dos Estados Unidos em África e irá criar empregos e conectar mercados para as gerações vindouras”, declarou o Presidente norte-americano, frisando tratar-se de um investimento superior a mil milhões de dólares (mais de 918 milhões de euros).
“Estes investimentos incluem o apoio a mais de 180 pontes rurais, a modernização da conectividade digital 4G e 5G em todo o país, a introdução da primeira aplicação de dinheiro móvel e o fornecimento de 500 ‘megawatts’ de energia solar à rede”, apontou a Casa Branca em comunicado.
Estes investimentos, segundo o Governo dos Estados Unidos, também contribuirão para o objetivo de Angola de se tornar um exportador líquido de alimentos até 2027 e de reforçar a segurança alimentar regional.
Por último, os líderes “decidiram enfrentar em conjunto os desafios globais”, incluindo a guerra da Rússia na Ucrânia e o conflito no leste da República Democrática do Congo, uma região abalada durante décadas por conflitos, e em particular pela rebelião do grupo armado M23 (Movimento 23 de Março).
A reunião “reafirmou os progressos significativos alcançados na nossa relação diplomática de 30 anos e exemplificou o compromisso do Presidente com África, conforme descrito na Cimeira de Líderes EUA-África no ano passado”, conclui a nota da Casa Branca.
Na reunião de quinta-feira, Joe Biden prometeu visitar Angola, sem, no entanto, avançar com uma data para essa viagem.
Questionado por um jornalista se visitaria Angola, Biden respondeu: “Já estive lá e voltarei”.
O chefe de Estado norte-americano já havia prometido visitar África este ano, quando recebeu os líderes do continente africano em dezembro de 2022, mas a Casa Branca recusou-se repetidamente a dizer quando Biden faria a viagem e não há indicações de que acontecerá antes do próximo ano.